CA
125
Aplicações Clínicas e interpretações dos
resultados
Cancer
Antigen 125 (Antígeno associado ao câncer 125)
Introdução
.::
O CA125 é uma glicoproteína, normalmente produzida pelo
epitélio das serosas, trompas de falópio, endométrio e endocérvix.
Não é encontrado no ovário normal; entretanto níveis elevados são
encontrados no câncer de ovário, sendo usado como marcador tumoral.
Sua dosagem também pode ser detectada em outras condições:
endometriose, gestação, pacientes saudáveis, câncer de
endométrio, e outras neoplasias.
Devido
a baixa incidência do câncer de ovário, e a baixa sensibilidade e
especificidade do CA 125 no câncer de ovário, não se pode
utilizá-lo como método isolado de triagem ou de diagnostico desta
neoplasia.
Indicações
1- Avaliação prognostica no câncer de ovário: o
nível de CA 125 é um preditor, significativo de sobrevida.
Sobrevida tem sido descrita como maior em mulheres com CA 125
menores. Níveis superiores a 65 U/ml correspondem a 5% de sobrevida
em 5 anos. Níveis acima de 35 U/ml após 3 ciclos de quimioterapia
estão associados a sobrevida baixa: 17% em 2 anos.
2-
Monitorização da resposta ao tratamento cirúrgico do câncer de
ovário: é útil na avaliação da presença de tumor residual:
95% dos tumores residuais tem CA 125 alto. Aumento do CA 125 pode
preceder as alterações clínicas em 11 meses. No caso de tumores
residuais de até 2 cm o valor de CA 125 pode ser normal. O nível
sérico do CA 125, dosado três a quatro semanas, após a cirurgia, é
descrito como fator prognóstico. Assim um aumento de CA 125 após a
cirurgia indica alta probabilidade de tumor residual, entretanto se
negativo, não exclui a presença de doença residual.
3-
Monitorização da resposta à quimioterapia no câncer de ovário:
identifica atividade da doença durante quimioterapia pós-operatória,
com eficiência de 91,9%. A combinação de CA 125, exame clínico e
ginecológico detecta a progressão da doença em 90% dos casos.
4-
Diferenciação pré-operatória de massas pélvicas: 82% dos
casos malignos têm CA 125 > 35 U/ml. Apenas 3% das pacientes com
massas pélvicas não malignas têm níveis > 35 U/ml. Elevação
sérica do CA 125 associado a alterações no ultra-som transvaginal
na pós-menopausa são preditores significativos de malignidade.
Outras
indicações e perspectivas
Em
pacientes de alto risco hereditário, caracterizado pela presença de
dois parentes de primeiro grau com diagnóstico de câncer de ovário,
o risco estimado é de 7% durante toda a vida. É sugerido que estas
pacientes realizem CA 125 anualmente. O uso do CA 125 ou do ultra-som
transvaginal de forma isolada, não pode ser indicado na triagem do
câncer de ovário, entretanto a associação destes dois métodos
parece ser promissora, necessitando ainda de um grande estudo
randomizado para seu esclarecimento.
Na triagem e diagnóstico do
câncer de ovário, têm-se dado importância às mutações
genéticas. Mutações BRCA1 e BRCA2, que também se associam ao
câncer de mama, determinam risco de desenvolvimento do câncer de
ovário de 25% e 15%, respectivamente. Sugere-se que os casos
associados à mutação BRCA2 possam ser menos agressivos. Estamos em
fase de implantação desta determinação.
Endometriose:
CA 125 é citado como único marcador tumoral de importância no
diagnóstico de endometriose nos estágios III e IV, especialmente
quando as amostras de sangue foram coletadas durante os três
primeiros dias da menstruação. O grau de elevação do CA 125 varia
com a severidade da doença, sendo positiva em 8%, dos estágios I, e
88,6% dos estágios IV. O nível no liquido peritoneal é descrito
como um indicador mais sensível que o nível sérico, tendo valores
superiores nos estágios iniciais.
Os níveis séricos
correlacionam com a evolução e caem com o tratamento clínico e
cirúrgico. É comum encontrar valores de CA 125 acima de 100 U/ml na
endometriose.
Câncer
de endométrio: a medida do CA 125 pré-operatório nesta
neoplasia é de utilidade clínica. Há um aumento de 22,4% nos
estágios I e II, e em 81,8% nos estágios IV. Valores acima de 35
U/ml são fortemente indicativos do câncer de endométrio com
acometimento extra-uterino.
Método
Quimioluminescência.
Valores
normais e interpretação
Valores
menores que 35 U/ml são considerados negativos. Os valores entre 35
e 65 U/ml são elevados, estando correlacionados com neoplasia; os
valores > 65 U/ml estão correlacionados com neoplasia em 90% dos
casos de massa pélvica. Positividade de 85% no câncer de ovário
não mucinoso, variando com o estagio (50% no estagio I, 90% no II,
92% no III, 94% no estagio IV). Não se eleva no tipo mucinoso. É
negativo em 20% dos casos de câncer de ovário à época do
diagnóstico.
Observações
e limitaçõeS
Existem
variações biológicas individuais normais e metodológicas na
pesquisa do CA 125, sendo indicado sua realização pela mesma
técnica e laboratório, para fins de comparação futura.
O CA
125 pode estar elevado em pessoas saudáveis (1%) e em outras
condições a seguir descritas:
Gestação: pode estar
elevado em 20% das grávidas. Aumentos discretos podem ocorrer na
menstruação. Também pode ser detectado no abruptio plancentae e
teratomas benignos. Detectado na doença inflamatória pélvica e
abscesso tubo-ovariano sendo citado como preditor de evolução.
Nas peritonites, incluindo a peritonite tuberculosa, valores tão
altos como no câncer de ovário podem ser encontrados, servindo
também para monitorização do tratamento. No câncer de mama
a presença de CA 125 elevado estão associado a metástases e
prognóstico pior. No Linfoma não-Hodgkin, tem sido reportado
como tendo valor clínico no estadiamento e acompanhamento de
pacientes com este linfoma, entretanto, seu papel ainda não está
definido. A cirrose hepática, neoplasias de fígado, pâncreas,
colon, pulmão, uroepiteliais, endocérvix e trompa também estão
associados com o aumento do CA 125
Fonte:
http://www.exame-aracatuba.com.br/ca125.htm